Hoje partilho um conjunto de 16 séries e variantes não muito consensuais entre os colecionadores de pacotes de açúcar.
Trata-se de pacotes de açúcar, por muitos denominados
“Comerciais”, publicitando a marca Delta Cafés e os seus Lotes Ouro e Platina,
sob o mote “A Verdade do Café”, que terão circulado algures entre os anos de 1990
e 1995, sensivelmente.
A série principal (e suas variantes) é composta por 5
pacotes de açúcar, todas com o mote “A Verdade do Café”, dos quais 3 deles apresentam
o grafismo de uma chávena de café fumegante que, de imagem para imagem, parece
“querer” desaparecer dos limites da embalagem e, nos outros 2 pacotes de açúcar,
já não surge a imagem da chávena, mas apenas o fumo que dela sai, um com a
indicação “Lote ouro” e o outro “Lote platina”. As variantes desta série
apresentam, como elemento diferenciador, a empresa impressora do papel das
embalagens (séries 1 a 5 das tabelas que partilho).
Depois, a série “A Verdade do Café II” difere das anteriores
na indicação do peso do açúcar embalado, bem como nas dimensões dos pacotes de
açúcar (mais reduzidas). Desta série apenas são conhecidas três das imagens que
atrás referi (série 6 das tabelas).
A série e suas variantes, que nomeei “A Verdade do Café III”,
diverge da série anterior na alteração do nome dos lotes, passando a
designar-se “Delta ouro” e “Delta platina”. As variantes desta série também
apresentam, como elemento diferenciador, a empresa impressora. Também desta
série são apenas conhecidas as mesmas três imagens da anterior (séries 7 a 9
das tabelas).
Passando à série “A Verdade do Café IV” e suas variantes,
mudam as dimensões e a indicação do peso dos pacotes de açúcar, bem como a
referência a qualquer um dos lotes, sendo estes substituídos por um pacote de
açúcar apenas com o fumo da chávena “desaparecida”. As variantes desta série
apresentam, como elementos diferenciadores, para além do impressor, duas
variações nos números de telefone da fábrica de Campo Maior. Destas variantes
apenas são conhecidas duas das imagens (séries 10 a 13 das tabelas).
Por sua vez, a série “A Verdade do Café V” e sua variante,
apresenta alteração na indicação do peso e diferenciam-se pela alteração dos
números de telefone da fábrica de Campo Maior. As imagens conhecidas também são
apenas duas (séries 14 e 15 das tabelas).
Por último, na série “A Verdade do Café VI” dá-se novamente
uma alteração das dimensões dos pacotes de açúcar (igual ao tamanho da primeira
série), sendo, nesta, conhecidas as 4 imagens diferentes (série 16 das
tabelas).
Chegados aqui, a confusão já deve ser muita, mas as tabelas
e as próprias pagelas que partilho serão, assim o espero, esclarecedoras.
Mas por que razão estas séries não são consensuais entre os
colecionadores?
Pois bem, esta “confusão” de variações de elementos
diferenciadores será uma delas, bem como o facto de não serem conhecidas todas
as imagens para cada uma das variantes. Sobre estes factos, apresento a minha
teoria, corroborada por alguns outros colecionadores: as imagens que compõem a matriz
dos clichés das frentes e dos versos, que serviram de base à impressão das
embalagens, serão todas iguais. Assim, cada bobina com o papel impresso possuía
a mesma imagem, resultando que apenas quando uma bobina acabava, se poderia
alterar para outra bobina que tivesse outro padrão de imagem. Este aspeto é
corroborado por imagens vídeos institucionais da Delta Cafés e pelo facto de, recorrendo
à minha memória, ter a ideia de que a imagem destes pacotes de açúcar que
chegavam a casa pelas mãos do meu pai, vindos do café lá do bairro, apenas era
alterada de tempos a tempos.
Mas, se assim for, podemos considerá-las como séries?
Segundo a definição de “Série de Pacotes de Açúcar”, redigida
em 2007 pelo grupo de trabalho ao qual pertenci e publicada na edição n.º 9 de
“O Pacotim”, o boletim do CLUPAC – Clube Português de Colecionadores de Pacotes
de Açúcar, são “duas ou mais Embalagens de Açúcar, produzidas intencionalmente
para formar um conjunto, com unidade temática ou gráfica. (…)”.
Penso que relativamente à “unidade temática ou gráfica” não
deve haver qualquer dúvida. Em relação à intenção de formarem um conjunto, tal
como atrás descrito, é minha opinião que sim, pese embora o facto de, por
eventuais vicissitudes no processo produtivo ou outro, não ter havido o cuidado
de serem embalados os pacotes de açúcar com todas as possíveis combinações das
imagens das frentes e versos.
Sejam séries ou individuais fica aqui a partilha deste
conhecimento, aguardando pelos vossos comentários. Caso sejam possuidores dos
pacotes de açúcar que desconheço a sua existência (identificados com um ponto
de interrogação), agradecia que partilhassem essa informação.
Partilho a pagela em formato pdf, que poderão descarregar aqui.
Nota: Post publicado inicialmente a 22 setembro 2022 em https://www.facebook.com/pacoteca.acucar
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